segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Êxtase


As águas da tormenta chegaram ao meu cais
O barco da vida está a deriva nas escuras águas
O vento é frio
E o silêncio remete ao mundo dos mortos

As trevas tomam todos os lugares
Meus olhos buscam a luz em desespero
Mas tudo o que encontram é o vazio

As batidas do coração ecoam em meus ouvidos
E a leve brisa parece sussurrar
As trevas tentam me encantar

A canção é suave
Batidas como se fossem passos
Vindo em minha direção
Eu quero correr e me afastar desse som inebriante
Mas meus pés e pernas não me obedecem

Agora, mais perto
Sinto o seu perfume
E delicadas pétalas de Rosas vermelhas invadem minha mente
Sua alma irradia tranquilidade
Fazendo meus músculos relaxarem

Cedo ao seu abraço
E suas garras então se mostram
Perfurando minha pele

Meu sangue tinge suas mãos com vermelho vivo
E sinto o sorriso de satisfação em sua face
E as garras vão mais fundo
Querendo mais prazer

Tento resistir
Mas o desejo de possuí-la é maior
Então, me entrego
Sinto o calor dos seus lábios nos meus
E um arrepio percorre minha espinha

Minhas mãos formigam
Enquanto meus dedos se perdem em seus cabelos
Nossos corpos estão unidos
Uma explosão de êxtase

Mas no fim
A morte retira seu disfarce
Por um turbilhão de agonia
Minha alma é sugada para um abismo infinito
Ancorada ao sabor de seu ideal de paraíso

(Stephane Oliveira)

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