sábado, 27 de setembro de 2014

Jornada da Alma


Veja: A cidade não tem mais luz
Os corações inquietos choram
Os olhos suplicam ao sol que às cinzas se reduz
A escuridão eterna se aproxima
A alma é sufocada pelo medo
Elas completaram sua sina
Os corpos chegam às profundezas
Compõem a muralha do palácio da morte
Um presente para a realeza
Nomes são esquecidos na côrte
A dor torna-se mais forte


O Senhor da Vida, agora distante
Grita sem poder seus filhos salvar
A ira corre por suas veias
Mas não impede as trevas de se espalhar
O Senhor da Morte mata seus filhos
Piedade não o conhece
Qualquer vivo que o desafie
Aos seus pés sua alma perece


As torres se erguem lustrosas da grande muralha
Ceifeiros estão a espreita
Em mãos está a navalha
O vento frio inunda os corpos inanimados
Fazendo-os vibrar com tanta maldade
As almas carregam seus fardos
Vendidas, buscam piedade
Mas olhos vermelhos as fitam
Transbordam da mais pura ira
E aquelas que sofrem e gritam
Veem seus corpos queimarem na pira


A vingança
O Senhor da Vida desejou
Depois da grande matança
Ao submundo o Senhor da Morte retornou
Obstinado pela dor do luto
O Senhor da Vida prepare-se para a colheita
Da Árvore da Vida o Senhor da Morte provará o fruto
E a vingança estará feita


As trevas recuam
E a luz chega brilhante
Os céus chamam as almas
E elas o seguem cantantes
O bem e o mal
A vida e a morte
Toda jornada tem seu final
Qual será a nossa sorte?

(Stephane Oliveira)