quinta-feira, 24 de abril de 2014

Karina: Pensamentos Infindáveis


 Karina só pensava em ir pra casa. Sabia que o vazio a possuiria novamente, mas precisava pensar,  precisava organizar tudo o que estava em sua cabeça.
Ela tinha certeza de que não conhecia o autor do bilhete, mas algo naquela letra e também na voz a fazia se sentir familiarizada com ele...
É claro que ele não ia resolver todos os seus problemas, mas algo fazia com que Karina depositasse todas as suas esperanças nesse ilustre desconhecido, que dizia querer ajudá-la.
Finalmente era a hora de ir pra casa, mesmo com toda aquela chuva, ela estava animada a sair dali, tentar encaixar tudo em seu novo quebra-cabeças. Pelo menos isso a fazia parar de pensar em Fred...

 (Aline Gabriela)

Karina: O bilhete



Encima do balcão um bilhete inesperado fez Karina se assustar...
"Sei que você não acreditou em uma palavra do que eu disse. Sei que deve estar achando que sou um louco que só quer aumentar sua dor, mas sou um amigo sincero, que não aguenta te ver sofrendo e quer que você se permita ser feliz.
Ass: Sincero."
Ela não fazia ideia de quem poderia ter deixado aquilo ali. Como a livraria funcionava também como biblioteca e o turno da noite não era dela, qualquer um podia ter deixado aqui ali, sem que o funcionário da noite percebesse.
Ela tinha tantas perguntas a fazer para esse "Sincero", onde ele queria chegar com tudo aquilo? Por que estava fazendo isso com ela? Onde ele queria chegar com tudo isso?
Karina guardou o bilhete escrito em letra bonita e continuou seu dia. Sabia que aquele não seria dos melhores...

(Aline Gabriela)

Ilusionista


Aprender com os erros,
Velho ditado que eu não consigo praticar.
Quanto mais eu acredito que é certo,
Mais a vida me mostra que estou enganada.
Seria eu tão cega?
Tão iludida para não reconhecer as maldades do mundo
E me desvencilhar da dor?
Estou cada vez mais fundo.
Cada vez mais escuro.
Minhas convicções estão abaladas
E não confio em minhas escolhas.
Me pergunto como posso encontrar diferentes caminhos para o mesmo erro,
A ilusão do amor incondicional
E o bravo príncipe defendendo sua pura honra.
Como pode o amor
Ser o maior dos ilusionistas,
E ainda assim ser verdadeiro?

(Stephane Oliveira)

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Desejo Proibido



Os dedos frágeis
Tocam-lhe a face,
Suavemente.
A pele é gélida mas aveludada.
Olhos de amêndoa
Iluminam o pequenino rosto.

Seu querido amor é cauteloso.
Não pode dar-se ao luxo de perdê-la.
Linda boneca de porcelana que é,
Cercada de mimos e cuidados,
Que ao menor sopro de ódio
Partirá em mil pedaços.

Porém, ela não se sente assim,
Uma boneca inanimada envolta ao plástico bolha.
Ela quer se aventurar,
Correr riscos,
Amar, viver.
Mas ao menor movimento
É trancada a sete chaves
E vive o desespero.

Amor cruel,
Ela pensa.
Egoísta de todas as formas,
Querendo-a só para ele.
Mas seria ela mais egoísta
Pensando em si, sua vida,
Sem levar em conta
O sofrimento que causaria,
Se algo de ruim lhe acontecesse?


(Stephane Oliveira)