domingo, 30 de março de 2014

Meu Assassino

Presa naquele quarto escuro, mais uma vez eu estava parada ao lado da velha navalha com a qual eu sempre me cortava.
 Eu sabia que nada mais iria mudar e minhas lágrimas  caiam incessantemente sobre meus pulsos e faziam a dor aumentar.
 Talvez um coração quebrado já não fosse mais o meu problema e toda aquela dor era apenas um motivo para eu ainda me manter viva, um tipo de esperança que fazia com que tudo parecesse ter sentido.
 Meus pensamentos me levaram a uma tarde feliz, uma das últimas que tive, antes quem me abandonasse... Lá estava eu, tão cegamente apaixonada que mal percebia que aquele que estava a minha frente fosse o meu assassino.
Não, ele não atirou em mim, não tentou me machucar fisicamente, mas me fez feliz e prometeu amor eterno...
 E agora eu estava ali, sozinha, esperando a morte me levar para que se completasse o meu destino de sofrimento, dor e morte!

(Aline Gabriela)

Caos



Pode ser difícil entender

Mas não mais que explicar.
Palavras que não sabem o que dizer
Ouvidos que não sabem escutar.

Não sei como expressar

Às vezes é um vazio, escuridão
E tudo é tão forte.
Mas é tamanha solidão.
Solidão por tudo o que passou,
Solidão por tudo o que virá,
E vazio no presente.
Presente, Passado que nunca voltará.

Sinto que nada pode mudar

Não posso mais viver.
Não consigo me lembrar
De tudo aquilo que se possa crer.

Pode ser difícil entender

Mas não mais que explicar.
Palavras que não sabem o que dizer
Ouvidos que não sabem escutar.

(Stephane Oliveira)

Karina: Ligação Anonima


Karina sabia que não seria ele, mas desejava com todas as forças que fosse, pelo menos para ouvir sua voz e saber que ele estava bem.
-Oi Karina, aqui é um amigo... Você é muito boba!
-Com que direito você diz isso? Quem é você?
-Enquanto você está aí se cortando, morrendo as poucos, o Fred está viajando com a nova namorada.
A voz cessou e o telefone foi desligado. Ela queria ligar de volta, saber que era essa pessoa, o que ela queria, mas a chamada era anonima como a voz grave do outro lado da linha.
Ela se levantou, sabia que continuar na cama não a levaria a lugar algum. Precisava se arrumar, ir para seu trabalho, tentar viver.
Sabia que não conseguiria comer nada, apenas bebeu seu copo de leite e saiu. Não quis se despedir, sabia que a livraria a deixaria melhor. Por mais estranho que parecesse, seu emprego era o único momento feliz de seu dia.

(Aline Gabriela)

terça-feira, 25 de março de 2014

Karina: Angústiada


Ela só queria ficar sozinha e pensar um pouco em tudo o que havia acontecido.
Ninguém entendia o porquê dela estar tão calada nesses últimos meses, ninguém entendia a sua dor...
Ela não queria morrer, isso seria fácil demais, e só ela sofreria com isso, ninguém mais sentiria sua falta. Sua família tentava conseguir de volta aquela risada infantil que ocupava seus lábios no último verão, mas eles não iam conseguir, somente uma pessoa seria capaz de tal feito, mas ele não se importava com sua existência
.
Karina sentiu uma dor mais forte e se lembrou que não comia desde ontem, mas sabia que não conseguiria comer agora, porque a angústia aumentava cada vez mais e a dor de estar só era tão forte que deixava as outras dores mais leves.
O sol estava nascendo e ela não tinha dormido ainda. Precisava ir trabalhar, mas não tinha forças pra se levantar. Resolveu pegar a caixa com as fotos escondidas no armário, sabia que aquilo iria doer, mas precisava rever toda a felicidade que havia sido jogada ao vento e que hoje era seu pior pesadelo.
Seu celular tocou, não era o despertador...
Ela pegou apressadamente...


(Aline Gabriela)

Encantos da Morte



Sozinha,
Em meio a escuridão,
Iluminada pela luz da lua
E vestida pela névoa,
Sinto como nunca senti.
Ouço o que nunca ouvi.
E os meus olhos guardam para si o segredo visto.
A nostalgia me embala
E sou entregue aos braços da morte.
Tão fortes e envolventes,
Difíceis de desvencilhar.
E ao mesmo tempo
Tão quentes e aconchegantes,
Que não quero mais voltar.
Não quero mais mentiras.
Não quero mais ilusões.
Cansei de viver.
Agora quero ceder.
Ceder aos encantos da morte,
Promessas que vão se cumprir.
De minha casa,
O vale da morte,
Nunca mais irei sair.

                                                       (Stephane Oliveira)

quinta-feira, 13 de março de 2014

Amaldiçoada


            



            Quando tudo o que se pode ouvir é o silêncio,
            Quando tudo o que se pode ver é a escuridão,
            Quando todas as suas forças são sugadas pela dor,
            O fim está próximo.
            O vento frio sobre a pele nua, corta e queima como uma faca em chamas.
            As lágrimas sem vida jorram como cachoeiras dos olhos calejados, que se fecham para amenizar o sofrimento, como se fosse possível.
            O próprio corpo já rejeita o ar que ainda o mantem vivo, está cansado d interminável batalha pela vida, hasteou a bandeira branca e está pronto para partir.

            Mas para alma amaldiçoada que é, tal agrado não seria fácil. Iludida pela malícia do mal feitor, agora vaga pelo mundo à procura de sua paz interior.


(Stephane Oliveira)


domingo, 2 de março de 2014

Minhas Dúvidas


E se eu me cansar?
Se quiser que seja como antes e quiser minha vida de volta?
Se o que é bom pra você não for tão legal pra mim?
Porque não posso ter o controle?
Porque não posso apenas tentar?
Não quero que tudo termine assim...
Não quero ter que me mudar...
Não quero que o conto de fadas se torne algo ruim...
Não quero transformar meu sorriso em lágrimas se sangue...
E que o resta do meu coração se transforme em cacos sem vida...
Porque eu sei que o amor é forte!
Mas minha mente me leva pra longe de tudo o que pode ser bom...


(Aline Gabriela)

Ao Seu Lado


Você sabe exatamente como me ferir!
E destroi meu coração tão facilmente que me tira o chão...
Não me lembro da última vez em que me senti completamente feliz ao seu lado...
Também não me lembro de quando meu medo de te perder era maior que a agonia de estar ao seu lado.
Muitos devem se perguntar por que continuo ao seu lado, mesmo depois de tanta dor...
Estou com você pois minha alma está aprisionada à sua.
Estou com você porque sei que bem no fundo é toda essa dor que sinto ao seu lado o que me faz feliz...
Feliz de um modo doloroso...
Porém feliz do modo que sempre soube ser.
Essa dor profunda se chama amor
E é isso que sinto ao seu lado!

(Aline Gabriela)