segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Êxtase


As águas da tormenta chegaram ao meu cais
O barco da vida está a deriva nas escuras águas
O vento é frio
E o silêncio remete ao mundo dos mortos

As trevas tomam todos os lugares
Meus olhos buscam a luz em desespero
Mas tudo o que encontram é o vazio

As batidas do coração ecoam em meus ouvidos
E a leve brisa parece sussurrar
As trevas tentam me encantar

A canção é suave
Batidas como se fossem passos
Vindo em minha direção
Eu quero correr e me afastar desse som inebriante
Mas meus pés e pernas não me obedecem

Agora, mais perto
Sinto o seu perfume
E delicadas pétalas de Rosas vermelhas invadem minha mente
Sua alma irradia tranquilidade
Fazendo meus músculos relaxarem

Cedo ao seu abraço
E suas garras então se mostram
Perfurando minha pele

Meu sangue tinge suas mãos com vermelho vivo
E sinto o sorriso de satisfação em sua face
E as garras vão mais fundo
Querendo mais prazer

Tento resistir
Mas o desejo de possuí-la é maior
Então, me entrego
Sinto o calor dos seus lábios nos meus
E um arrepio percorre minha espinha

Minhas mãos formigam
Enquanto meus dedos se perdem em seus cabelos
Nossos corpos estão unidos
Uma explosão de êxtase

Mas no fim
A morte retira seu disfarce
Por um turbilhão de agonia
Minha alma é sugada para um abismo infinito
Ancorada ao sabor de seu ideal de paraíso

(Stephane Oliveira)

sábado, 27 de setembro de 2014

Jornada da Alma


Veja: A cidade não tem mais luz
Os corações inquietos choram
Os olhos suplicam ao sol que às cinzas se reduz
A escuridão eterna se aproxima
A alma é sufocada pelo medo
Elas completaram sua sina
Os corpos chegam às profundezas
Compõem a muralha do palácio da morte
Um presente para a realeza
Nomes são esquecidos na côrte
A dor torna-se mais forte


O Senhor da Vida, agora distante
Grita sem poder seus filhos salvar
A ira corre por suas veias
Mas não impede as trevas de se espalhar
O Senhor da Morte mata seus filhos
Piedade não o conhece
Qualquer vivo que o desafie
Aos seus pés sua alma perece


As torres se erguem lustrosas da grande muralha
Ceifeiros estão a espreita
Em mãos está a navalha
O vento frio inunda os corpos inanimados
Fazendo-os vibrar com tanta maldade
As almas carregam seus fardos
Vendidas, buscam piedade
Mas olhos vermelhos as fitam
Transbordam da mais pura ira
E aquelas que sofrem e gritam
Veem seus corpos queimarem na pira


A vingança
O Senhor da Vida desejou
Depois da grande matança
Ao submundo o Senhor da Morte retornou
Obstinado pela dor do luto
O Senhor da Vida prepare-se para a colheita
Da Árvore da Vida o Senhor da Morte provará o fruto
E a vingança estará feita


As trevas recuam
E a luz chega brilhante
Os céus chamam as almas
E elas o seguem cantantes
O bem e o mal
A vida e a morte
Toda jornada tem seu final
Qual será a nossa sorte?

(Stephane Oliveira)

sábado, 28 de junho de 2014

Karina: O Sonho


- Fiquei sabendo que você acabou se sair do hospital, tá tudo bem?
Karina não conseguia responder, não queria falar com Fred, não agora.
-Princesa? Princesa, tá tudo bem? Karina?
Ela desligou, entrou em pânico. Não sabia o porquê dele estar a procurando, talvez por falta de opção... Ela não queria pensar nisso agora, queria comer.
O tempo passava e a voz de Fred a continuava assombrando, o amor que antes dominava sua vida, estava se transformando em um medo inexplicável, como se o Fred que ela amou não existisse mais.
O sono parecia ter fugido, por mais que tentasse dormir, a voz que antes era linda, agora gritava cada vez mais alto e as lágrimas desciam esquentando caminhos por toda a face de Karina. Pensou em retornar a ligação, se desculpar pelo mal jeito, mas algo lhe dizia que não devia fazer isso.
Estava chovendo muito, Karina sentia um desespero, alguém a estava perseguindo e quanto mais ela corria, mais rápido seu perseguidor se tornava. Ela não conseguia mais respirar, suas forças estavam se esgotando, ele a estava alcançando. Ele agarrou seu braço, "Calma, princesa".

(Aline Gabriela)



Amor Malvado



Eu tinha sonhos,
Você os destruiu,
Eu tinha amigos,
Você os afastou,
Eu tinha uma vida,
Você me roubou-a.
E agora, o que mais quer de mim?
E agora, o que tenho que possa te agradar?
São só lembranças jogadas ao vento
E a vontade de me reerguer,
Vontade de recuperar minha vida
Reconstruir meu pobre coração em pedaços.
O que pode ter restado
De tanta magoa e desilusão?
E no fim de tudo
Quem sou eu?
Para onde vou?
Sem sonhos, sem amigos, sem vida...
Aqui estou eu
Na estrada do desespero
Esperando a morte ou a felicidade
Alguém pode me ouvir?
Será que alguém pode me salvar?
Estou fraca e com frio,
Estou sangrando de dor na alma
Estou gemendo sem voz.
Estou sozinha em um mundo distante
Onde a felicidade ainda não chegou.
Estou com medo
Me tirem daqui!
Quero tanto que me devolva
Meus sonhos, meus amigos, minha vida...
Felicidade, onde está você?
Será que pode me ouvir?
Vem me buscar, estou com medo,
Me tira daqui, estou tão fraca.
E você, Amor, onde está agora?
Cade você e suas promessas?
Sentimento insano e maldoso,
Preciso que me devolva
Tudo o que roubou de mim
Estou desiludida, presa
Para onde vou agora?
Vem me salvar, vem
Estou sozinha, sinto medo
Me tira daqui...

Karina: O Retorno

Karina estava cansada demais para conversar, mas sua mãe queria explicações, queria saber o que estava acontecendo com ela.
-Filha, o médico disse que você desmaiou porque praticamente não está comendo. E que tem feito cortes horríveis em seu braço. O que está acontecendo?
-Eu estou comendo sim, e os cortes devem ser do tombo ao desmaiar...
-Você não caiu. Segundo o Dr.Henrique, alguém te segurou quando percebeu que ia desmaiar...  Pode ir se explicando.
-Não tenho o que explicar!- Karina fez uma expressão carrancuda, tentando intimidar sua mãe.
-Eu sei o quando seu termino com o Fred te magoou, mas a vida precisa seguir, querida. Não quero te ver assim por alguém que nunca te valorizou.
-Mãe, já chega! Eu não quero falar sobre isso.
-Mas me prometa que vai se cuidar?
-Eu vou, mãe.
-Dorme agora, já avisei na biblioteca e amanhã você não precisa ir.
Karina não sabia o que fazer, agora sua mãe sabia o quão frágil tinha se tornado.
O dia amanheceu e Karina não queria abrir os olhos, mas seu celular não parava de tocar. Tocar?Ai meu Deus! Ela pensou...
-Alô?
-Eu queria ouvir sua voz...
-Fred? O que você quer comigo? Já não me fez mal o bastante?
-Não te fiz mal, princesa. Eu só quis um tempo pra mim...

(Aline Gabriela)

Portal


Os seus olhos
Profundos como um oceano,
Escuros como a noite sem luar
Estão cada vez mais distantes,
Vazios.
O que antes costumava ser um brilho intenso
Agora não passa de uma chama pequenina.
É possível ver a dor,
O sofrimento.
Olhos angelicais
Banhados por lágrimas desesperadas,
Desespero que agora
Toma seu corpo por inteiro,
Fazendo-o contrair com  a dor dilacerante.
Seus olhos em busca do impossível,
Se fecham.
Tentando reconfortar seu  coração angustiado.
E, então, através de sua pureza,
O grande Portal se abre.
E pela última vez,
As lágrimas tocam seus lábios,
Que acabaram de beijar os lábios da morte.

(Stephane Oliveira)

Chuva




A chuva estava forte e meu coração batia fraco, quase parando...
a dor já não estava aqui e nada mais fazia sentido.
 Eu queria apenas dormir e poder sonhar com você junto a mim, mas em vez disso me via sangrar aos poucos e morrer sem seu amor.
Talvez as lágrimas que cortavam meu rosto fossem um aviso, mas eu estava surda e não queria enxergar a realidade.
 Ouvi ruídos, a porta se abriu e eu mal pude crer no que meus olhos me mostravam, era você todo pra mim, e naquele momento tudo se apagou...

(Aline Gabriela)

Último Desejo


Minha vida está desmoronando e não sei o que fazer, tudo em que consigo pensar é me entregar ao desespero e se ainda tiver alguma sorte, esperar que tudo acabe sem dor.
Todas as minhas esperanças se foram quando percebi que tudo o que eu desejava nunca teria ao meu alcance, que todos os ensaios de declarações de amor vão ficar apenas entre mim e o espelho e nunca poderei beijar seus lábios...
Estou sucumbindo aos poucos e não sei mais quanto tempo aguentarei sem ceder, sou uma bomba relógio, e o que está em minha mente grita por liberdade.
Todas as minhas crenças e medos, paixões e desejos, loucura e amor, ódio e solidão, procuram por qualquer saída, e quando a encontrarem, nunca mais serei a mesma...
E como último desejo, apenas peço, que não se esqueça de mim...



(Stephane Oliveira)

domingo, 22 de junho de 2014

#LoveHistory #YouandI #HeartBreak


As horas passam e não consigo dormir, pela madrugada adentro são tantos quilômetros de pensamentos que dariam a volta na órbita do planeta Terra. Fico imaginando se poderia ter sido diferente, se eu, você, fossemos menos egoístas e pensássemos um no outro e na nossa relação, mas foi tudo tão rápido, desmoronamos como castelo de areia levado pelas ondas do mar e o que ficou foi a dor de um coração partido, um gosto amargo de uma história inacabada. Penso se ainda podemos terminar a história, aprender com nossos erros pra termos um final feliz, mas isso só acontece no cinema, e acabei por me contentar que não posso mudar quem somos e que não fomos feitos um para o outro. Espero que algum dia, minha história se complete, mesmo que o protagonista não seja você...


(Stephane Oliveira)

Karina: Hospital


A chuva parecia não parar tão cedo, e Karina já estava cansada de andar sobre as poças. Se sentia sozinha, naquele fim de tarde, e aquela escuridão a fazia arrepiar. Pressentia algo, mas não sabia se era algo ruim ou bom...
Estava se sentindo suas pernas bambas, e tinha perdido um pouco de nexo em seus pensamentos, de repent
e seus olhos escureceram...
-Como você está se sentindo, meu bem?- Uma voz doce perguntou
-Mam...Mamãe? Onde eu tô? O que tá acontecendo?
-Você está no hospital, me ligaram daqui dizendo que você tinha vido pra cá desmaiada...
-Quem me trouxe?
-Não deixaram dados...
Karina não se lembrava de nada, só da chuva e do vázio que sentia. Não se lembrava nem mesmo de seu desmaio.
Seu celular vibrou na mesinha ao lado de sua cama, ela tinha recebido uma mensagem:
"Mocinhas descuidadas não podem mesmo andar sozinhas...
Sempre estarei cuidando de você
Ass.: O mesmo Sincero de sempre."
Sua mãe entrou novamente no quarto, mas Karina nem a viu sair, estava preocupada demais com os últimos acontecimento.
-Vamos filha? Você precisa ir pra casa.
Karina se levantou...


(Aline Gabriela)

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Não posso


Preciso continuar andando, mas não posso deixar a marca de meus passos no chão...
Preciso continuar vivendo, mas não posso deixar que você ouça minha respiração...
Preciso continuar sorrindo, mas não posso deixar que sinta minha alegria...
Preciso de você, mas não posso deixar que perceba que o amo...
E aquela dor que me causou, não posso esquecer...
E cada lágrima que derramei quando você foi embora, não posso ignorar...
Sei que estou me despedaçando, mas que disse que amar não é sofrer?
(Aline Gabriela)

Agridoce


Amor, amor 
Minha dor 
O fogo que arde em meu ser 
Queima, machuca 
O fato de te querer 
Me consome, me alucina 
Em desvairo meu 
Fico a soluçar 
As lágrimas cristalinas a rolar 
De encontro aos meus lábios
E o meu paladar salgar
Para depois
Você e o seu mel
Minha vida adoça
r.

(Stephane Oliveira)

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Declaração de Amor Impossível


Admirando-te me encontro
Ah! Como és belo!
Olhos vibrantes e vivos
Que parecem saltar de tuas órbitas de alegria
Teu sorriso irradiante
Alegra por onde passas
Tua beleza estonteante
Hipnotiza, acalma
Teu jeito amável e tímido
Criam-te perfeito
Ah! Como te querias!
Mas não posso convidar-te
Meus medos infinitos
Impedem-me de amar-te...


(Stephane Oliveira)

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Karina: Pensamentos Infindáveis


 Karina só pensava em ir pra casa. Sabia que o vazio a possuiria novamente, mas precisava pensar,  precisava organizar tudo o que estava em sua cabeça.
Ela tinha certeza de que não conhecia o autor do bilhete, mas algo naquela letra e também na voz a fazia se sentir familiarizada com ele...
É claro que ele não ia resolver todos os seus problemas, mas algo fazia com que Karina depositasse todas as suas esperanças nesse ilustre desconhecido, que dizia querer ajudá-la.
Finalmente era a hora de ir pra casa, mesmo com toda aquela chuva, ela estava animada a sair dali, tentar encaixar tudo em seu novo quebra-cabeças. Pelo menos isso a fazia parar de pensar em Fred...

 (Aline Gabriela)

Karina: O bilhete



Encima do balcão um bilhete inesperado fez Karina se assustar...
"Sei que você não acreditou em uma palavra do que eu disse. Sei que deve estar achando que sou um louco que só quer aumentar sua dor, mas sou um amigo sincero, que não aguenta te ver sofrendo e quer que você se permita ser feliz.
Ass: Sincero."
Ela não fazia ideia de quem poderia ter deixado aquilo ali. Como a livraria funcionava também como biblioteca e o turno da noite não era dela, qualquer um podia ter deixado aqui ali, sem que o funcionário da noite percebesse.
Ela tinha tantas perguntas a fazer para esse "Sincero", onde ele queria chegar com tudo aquilo? Por que estava fazendo isso com ela? Onde ele queria chegar com tudo isso?
Karina guardou o bilhete escrito em letra bonita e continuou seu dia. Sabia que aquele não seria dos melhores...

(Aline Gabriela)

Ilusionista


Aprender com os erros,
Velho ditado que eu não consigo praticar.
Quanto mais eu acredito que é certo,
Mais a vida me mostra que estou enganada.
Seria eu tão cega?
Tão iludida para não reconhecer as maldades do mundo
E me desvencilhar da dor?
Estou cada vez mais fundo.
Cada vez mais escuro.
Minhas convicções estão abaladas
E não confio em minhas escolhas.
Me pergunto como posso encontrar diferentes caminhos para o mesmo erro,
A ilusão do amor incondicional
E o bravo príncipe defendendo sua pura honra.
Como pode o amor
Ser o maior dos ilusionistas,
E ainda assim ser verdadeiro?

(Stephane Oliveira)

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Desejo Proibido



Os dedos frágeis
Tocam-lhe a face,
Suavemente.
A pele é gélida mas aveludada.
Olhos de amêndoa
Iluminam o pequenino rosto.

Seu querido amor é cauteloso.
Não pode dar-se ao luxo de perdê-la.
Linda boneca de porcelana que é,
Cercada de mimos e cuidados,
Que ao menor sopro de ódio
Partirá em mil pedaços.

Porém, ela não se sente assim,
Uma boneca inanimada envolta ao plástico bolha.
Ela quer se aventurar,
Correr riscos,
Amar, viver.
Mas ao menor movimento
É trancada a sete chaves
E vive o desespero.

Amor cruel,
Ela pensa.
Egoísta de todas as formas,
Querendo-a só para ele.
Mas seria ela mais egoísta
Pensando em si, sua vida,
Sem levar em conta
O sofrimento que causaria,
Se algo de ruim lhe acontecesse?


(Stephane Oliveira)

domingo, 30 de março de 2014

Meu Assassino

Presa naquele quarto escuro, mais uma vez eu estava parada ao lado da velha navalha com a qual eu sempre me cortava.
 Eu sabia que nada mais iria mudar e minhas lágrimas  caiam incessantemente sobre meus pulsos e faziam a dor aumentar.
 Talvez um coração quebrado já não fosse mais o meu problema e toda aquela dor era apenas um motivo para eu ainda me manter viva, um tipo de esperança que fazia com que tudo parecesse ter sentido.
 Meus pensamentos me levaram a uma tarde feliz, uma das últimas que tive, antes quem me abandonasse... Lá estava eu, tão cegamente apaixonada que mal percebia que aquele que estava a minha frente fosse o meu assassino.
Não, ele não atirou em mim, não tentou me machucar fisicamente, mas me fez feliz e prometeu amor eterno...
 E agora eu estava ali, sozinha, esperando a morte me levar para que se completasse o meu destino de sofrimento, dor e morte!

(Aline Gabriela)

Caos



Pode ser difícil entender

Mas não mais que explicar.
Palavras que não sabem o que dizer
Ouvidos que não sabem escutar.

Não sei como expressar

Às vezes é um vazio, escuridão
E tudo é tão forte.
Mas é tamanha solidão.
Solidão por tudo o que passou,
Solidão por tudo o que virá,
E vazio no presente.
Presente, Passado que nunca voltará.

Sinto que nada pode mudar

Não posso mais viver.
Não consigo me lembrar
De tudo aquilo que se possa crer.

Pode ser difícil entender

Mas não mais que explicar.
Palavras que não sabem o que dizer
Ouvidos que não sabem escutar.

(Stephane Oliveira)

Karina: Ligação Anonima


Karina sabia que não seria ele, mas desejava com todas as forças que fosse, pelo menos para ouvir sua voz e saber que ele estava bem.
-Oi Karina, aqui é um amigo... Você é muito boba!
-Com que direito você diz isso? Quem é você?
-Enquanto você está aí se cortando, morrendo as poucos, o Fred está viajando com a nova namorada.
A voz cessou e o telefone foi desligado. Ela queria ligar de volta, saber que era essa pessoa, o que ela queria, mas a chamada era anonima como a voz grave do outro lado da linha.
Ela se levantou, sabia que continuar na cama não a levaria a lugar algum. Precisava se arrumar, ir para seu trabalho, tentar viver.
Sabia que não conseguiria comer nada, apenas bebeu seu copo de leite e saiu. Não quis se despedir, sabia que a livraria a deixaria melhor. Por mais estranho que parecesse, seu emprego era o único momento feliz de seu dia.

(Aline Gabriela)

terça-feira, 25 de março de 2014

Karina: Angústiada


Ela só queria ficar sozinha e pensar um pouco em tudo o que havia acontecido.
Ninguém entendia o porquê dela estar tão calada nesses últimos meses, ninguém entendia a sua dor...
Ela não queria morrer, isso seria fácil demais, e só ela sofreria com isso, ninguém mais sentiria sua falta. Sua família tentava conseguir de volta aquela risada infantil que ocupava seus lábios no último verão, mas eles não iam conseguir, somente uma pessoa seria capaz de tal feito, mas ele não se importava com sua existência
.
Karina sentiu uma dor mais forte e se lembrou que não comia desde ontem, mas sabia que não conseguiria comer agora, porque a angústia aumentava cada vez mais e a dor de estar só era tão forte que deixava as outras dores mais leves.
O sol estava nascendo e ela não tinha dormido ainda. Precisava ir trabalhar, mas não tinha forças pra se levantar. Resolveu pegar a caixa com as fotos escondidas no armário, sabia que aquilo iria doer, mas precisava rever toda a felicidade que havia sido jogada ao vento e que hoje era seu pior pesadelo.
Seu celular tocou, não era o despertador...
Ela pegou apressadamente...


(Aline Gabriela)

Encantos da Morte



Sozinha,
Em meio a escuridão,
Iluminada pela luz da lua
E vestida pela névoa,
Sinto como nunca senti.
Ouço o que nunca ouvi.
E os meus olhos guardam para si o segredo visto.
A nostalgia me embala
E sou entregue aos braços da morte.
Tão fortes e envolventes,
Difíceis de desvencilhar.
E ao mesmo tempo
Tão quentes e aconchegantes,
Que não quero mais voltar.
Não quero mais mentiras.
Não quero mais ilusões.
Cansei de viver.
Agora quero ceder.
Ceder aos encantos da morte,
Promessas que vão se cumprir.
De minha casa,
O vale da morte,
Nunca mais irei sair.

                                                       (Stephane Oliveira)

quinta-feira, 13 de março de 2014

Amaldiçoada


            



            Quando tudo o que se pode ouvir é o silêncio,
            Quando tudo o que se pode ver é a escuridão,
            Quando todas as suas forças são sugadas pela dor,
            O fim está próximo.
            O vento frio sobre a pele nua, corta e queima como uma faca em chamas.
            As lágrimas sem vida jorram como cachoeiras dos olhos calejados, que se fecham para amenizar o sofrimento, como se fosse possível.
            O próprio corpo já rejeita o ar que ainda o mantem vivo, está cansado d interminável batalha pela vida, hasteou a bandeira branca e está pronto para partir.

            Mas para alma amaldiçoada que é, tal agrado não seria fácil. Iludida pela malícia do mal feitor, agora vaga pelo mundo à procura de sua paz interior.


(Stephane Oliveira)


domingo, 2 de março de 2014

Minhas Dúvidas


E se eu me cansar?
Se quiser que seja como antes e quiser minha vida de volta?
Se o que é bom pra você não for tão legal pra mim?
Porque não posso ter o controle?
Porque não posso apenas tentar?
Não quero que tudo termine assim...
Não quero ter que me mudar...
Não quero que o conto de fadas se torne algo ruim...
Não quero transformar meu sorriso em lágrimas se sangue...
E que o resta do meu coração se transforme em cacos sem vida...
Porque eu sei que o amor é forte!
Mas minha mente me leva pra longe de tudo o que pode ser bom...


(Aline Gabriela)

Ao Seu Lado


Você sabe exatamente como me ferir!
E destroi meu coração tão facilmente que me tira o chão...
Não me lembro da última vez em que me senti completamente feliz ao seu lado...
Também não me lembro de quando meu medo de te perder era maior que a agonia de estar ao seu lado.
Muitos devem se perguntar por que continuo ao seu lado, mesmo depois de tanta dor...
Estou com você pois minha alma está aprisionada à sua.
Estou com você porque sei que bem no fundo é toda essa dor que sinto ao seu lado o que me faz feliz...
Feliz de um modo doloroso...
Porém feliz do modo que sempre soube ser.
Essa dor profunda se chama amor
E é isso que sinto ao seu lado!

(Aline Gabriela)

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

A Garota Estranha


            



            Todos se divertiam na festa enquanto uma garota franzina estava encolhida em um canto da casa. Os que passavam por ela riam do seu jeito acanhado, debochavam de suas roupas, a humilhavam.
            Com medo, a garota foi embora e na volta para casa ela encontrou um garoto, no mínimo estranho como ela, eles trocaram olhares e foi como se eles já se conhecessem. Ficaram parados olhando um para o outro, estáticos. E então, num súbito movimento, se beijam apaixonadamente.
            Para ela foi um momento mágico, não queria mais continuar o seu caminho, queria seguir aquele que conseguiu fazê-la feliz mais uma vez. Porém, de repente, ela ouve gargalhadas, mas não havia mais ninguém na rua, de onde vinham? E então ela percebe que adormeceu durante a festa e que tudo não passou de um sonho.

(Stephane Oliveira)

Suicídio



Sei que errei
Mas não existe a perfeição
Pensei que o que sentia por mim
Era verdadeiro
E hoje descobri
Que não passou de ilusão
Não entendo
Me desespero
Você era a razão do meu viver
Mas o que fazer com esse sentimento
Agora que não posso mais amar?
Jogar fora todas as lembranças?
Me libertar de seu ser?
Mas como?
Alguém me ajude!
Estou presa
Em um mundo onde a saída
É o fim do amor
Mas meu amor é grandioso
Sólido
Como poderei sair?
Como sanar toda essa dor?
A não ser
Minha única opção
A maior dor de todas
Para me curar desse amor
O fim do sentimento
Da pulsação
O fim de cada batimento
Que alimenta esse amor
Será o fim
Eu sei
Mas não posso mais lutar
Fui vencido
Vou me entregar
Agora aqui
Descanso em paz
Sem meu coração
Não poderei mais amar...

(Stephane Oliveira)

Janelas da Alma


            


             Quando os olhos da alma se abrem, um mundo novo é visto, todas as suas crenças e medos tornam-se realidade e o perseguem durante toda a jornada.
            A cada passo, mais perto do abismo, a adrenalina aumenta e você se sente capaz de saltar e mergulhar em um voo livre, mas as sombras te enganam, e tudo o que sente é o frio do mal em suas entranhas.
            Você tenta fugir, mas as garras do inimigo são mais fortes e a cada movimento desesperado de seu corpo, as garras cortam como navalha e o seu sangue se esvai lentamente, gota após gota. Você já está fraco, à espera do último sopro devida, e, é como o derradeiro suspiro, como um vento forte, que as janelas da alma se fecham para os seus segredos não mais revelar.

(Stephane Oliveira)

Dor de Viver

         









   As vozes em minha cabeça são como ecos que a todo tempo vibram de alegria ao me lembrarem de todo sofrimento tão pouco esquecido.
            As palavras cortam como navalhas e os meus olhos já cansados não conseguem mais chorar.
            A dor no inteior do meu peito aumenta como se fosse explodir a qualquer momento em milhões de pedacinhos de fracasso e agonia.
            As raízes do medo já tomaram conta do meu corpo, mas minha mente ainda luta incontrolávelmente, tentando fugir do invisível.
            Sinto que toda a minha vida foi um erro, que nasci com um único propósito: SOFRER.
            Sofrer em meio a soliudão que o meu universo se tornou.
            Sofrer pela crítica destrutiva da sociedade sem cérebro.
            Sofrer a dor do amor incorrespondido.
            Sofrer a dor de viver.

(Stephane Oliveira)

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Sem Conto de Fadas



Por que você torna tudo tão complicado? 
Por que você faz tudo parecer ruim?
Poderia ser só um sorriso, mas é mais perto de um pranto doloroso.
Vai ser sempre assim tão sangrento?
Vai me machucar sempre que tiver tudo bem?
Não suporto a ideia de ver meu sonho se destruir...
Não suporto ver que os contos de fadas não existem e que o príncipe encantado se transforma em sapo,
com muita facilidade.
E talvez a Bella Adormecida nunca acorde...
Estou totalmente fora de mim, como uma criança que perde seu brinquedo.
Preciso me achar nessa multidão...
Preciso ser ouvida!
Quero minha vida de volta!
Sei que aos pouco vou me recuperando, mas não sou mais a mesma...
Não sou mais a garotinha assustada que um dia acreditou que poderia realizar todos os seus sonhos...

(Aline Gabriela)

Subconsciente em Crise



Aos meus olhos só resta escuridão...
O silêncio toma conta do meu ser...
Sei que não sou uma pessoa dentro dos padrões da sociedade...
Não sou lindo e atlético, com músculos definidos e interesses supérfluos...
Sou o original zoado, aquele que fica escondido tentando passar despercebido, mas que sempre é alvo  de "brincadeiras de mau gosto"...
Por toda minha vida fui alvo de agressões, humilhações...
Já estou acostumado a sentir a dor que as palavras são capazes de infligir...
Nem mesmo as lágrimas são necessárias para alivio, já tornou-se rotineiro, hábito..."

(Stephane Oliveira)


Voando ao seu encontro


Sei que não devia ter te deixado ir...
 Talvez isso tudo tenha sido culpa minha, eu sei que estraguei tudo.
Tentei me levantar, mas não estava com vontade de abrir os olhos, não queria aceitar que tudo aquilo era verdade e a dor que se mistura à culpa, cortavam meu coração em mil fraguimentos de amor...
Um amor tão difícil, que me feiru tantas vezes...
Mas aquele era o amor que eu tinha!
E agora, como posso viver sabendo que nunca mais vou te encontrar?
Não consigo imaginar viver sem teu sorriso...
Nossa foto deixada ao lado da minha cama me fazia pensar que você estava perto, mas sei que não está e nunca mais estará!
Criei coragem, fui até nosso lugar predileto, o topo do meu prédio tinha sido cenário de tantas coisas boas...
Então eu voei, livre...
Fui de encontro aos teus beijos...
Pois não importa onde você esteja é ao seu lado que estarei!

(Aline Gabriela)